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Atlas de géographie physique, politique et historique, 1886

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Frontispício do  Atlas de géographie physique, politique et historique , Grosselin-Delamarche, 1886 O atlas que lhe trago hoje, caro(a) leitor(a), é francês e tem o seguinte título completo:  Atlas de géographie physique, politique et historique adopté par l'université, à l'usage des lycées et des maisons d'éducation pour suivre les cours de Géographie et d'Histoire par Grosselin-Delamarche . Foi publicado em Paris pela Librairie Géographique de Émile Bertaux, em 1886.  Resultou  dos esforços conjuntos de três pessoas: Grosselin, Delamarche e Bertaux. Os dois primeiros foram os autores e o último o editor. Na verdade, estamos perante uma nova edição de um atlas publicado pela primeira vez em 1820. O seu autor original foi o engenheiro mecânico Félix Delamarche, proprietário da Maison Delamarche, empresa de cartografia fundada pelo seu pai, Charles-François Delamarche (1740-1817), um dos mais importantes geógrafos e cartógrafos franceses da segunda metade do século XVIII

Hammond’s Modern World Atlas and Gazetteer, 1948

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Capa da 16.ª edição do  Hammond's Modern World Atlas and Gazetteer , publicado em 1948. Caro(a) leitor(a), dando cumprimento à  promessa feita , cá estou eu para lhe apresentar um dos atlas da minha coleção: o  Hammond’s Modern World Atlas and Gazetteer , de 1948. É um livrinho que não chega às 50 páginas, de capa mole, que já andava lá por casa quando eu nasci. Era do meu pai que o havia comprado, já não sei se em Goa se em Macau, quando andou por essas, na época, possessões portuguesas. Por esse facto, este pequeno atlas tem, para mim, um significado especial. Mas antes de ir ao atlas propriamente dito, queria-lhe falar um pouco da origem da editora que o publicou que tem uma história curiosa...  E, para isso, vamos ter de recuar até ao início do século XX. Um colaborador insatisfeito Estávamos em 1900, Caleb Stillson Hammond trabalhava há seis anos para a Rand McNally, editora especializada em mapas, atlas, globos e livros de geografia. A editora tinha sede em Chicago, mas Caleb

Atlas: muito mais do que simples coleções de mapas

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Nos dias de hoje, quando queremos saber onde fica a cidade de Kherson, qual é o ponto mais alto de África, onde desagua o rio Orinoco ou como se chama a capital do Cazaquistão, basta  googlarmos  as ditas palavras num qualquer smartphone e, num ápice, temos a resposta. Muitas vezes, o próprio Google encaminha-nos para o  Google Maps  onde podemos ver a localização exata de tais locais. Em vista de  mapa  ou de  satélite , podemos aproximar o zoom ao ponto de identificarmos os automóveis nas ruas ou afastá-lo até contemplarmos o planeta inteiro. E, como o(a) prezado(a) leitor(a) bem sabe, também temos o  Google Earth , o  Bing Maps  e até o  OpenStreetMap , aberto à colaboração de todos, muito à semelhança da Wikipédia. Mas as coisas nem sempre foram assim. Na era pré-digital nada disto estava à distância de um clique. Era preciso consultar mapas impressos em papel: mapas políticos, mapas físicos, mapas históricos, mapas de estradas, mapas topográficos, etc. E havia livros que eram autê

Raymond Denaës, Guide illustré pour visiter Paris, 1950

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Denaës, R. [1950].  Guide illustré pour visiter Paris, Enghien-les-Bains, Versailles, Vincennes . Paris: Éditions L’Indispensable, 78 pp., brochado, ilustrado com numerosas plantas e fotos a preto e branco + 1 planta desdobrável a cores 52,5x73cm O livrinho de hoje é um guia turístico francês de Paris e arredores. Não traz a data de publicação, mas, segundo o Google Books, deverá datar de 1950. Posteriormente, este guia foi atualizado e sucessivamente reeditado nas décadas de 1960, 1970 e 1980, contando com versões noutras línguas, nomeadamente em inglês e espanhol. Percursos por Paris Escrito por Raymond Denaës e publicado pelas Éditions L’Indispensable – editora ainda em atividade e especializada em obras cartográficas, integrada no grupo Marie Claire desde 2009 – o guia turístico começa com uma introdução a Paris, seguida de indicações sobre como se deslocar na Cidade Luz : de metro, de autocarro, de táxi, de automóvel e a pé. Em complemento, há outras informações úteis sobre correi

DGEMN, Paço dos Duques de Bragança, Guimarães, 1960

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  Paço dos Duques de Bragança. Guimarães: dezembro de 1960 . Lisboa: Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Ministério das Obras Públicas. Col. Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais , n.º 120. 28 pp., brochado, ilustrado com 95 figuras extratexto entre estampas e desenhos, alguns desdobráveis. Localizado a apenas duzentos metros do Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques de Bragança é um dos mais belos palácios medievais portugueses e, também, dos mais visitados. Em 2023, recebeu 389 mil visitas ( fonte ). No entanto, creio que a esmagadora maioria das pessoas que visitam o Paço dos Duques não faz ideia da verdadeira história deste edifício e de que, o que hoje se vê, é quase tudo criação do século XX. E isto leva-nos ao livro de que hoje vos vou falar: o número 102 do Boletim da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), editado em dezembro de 1960 e inteiramente dedicado ao Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães. Criada em 192

Henri Pirenne, As cidades na Idade Média, 1962

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Pirenne, H. (1962).  As cidades na Idade Média: Ensaio de história económica e social . Lisboa: Publicações Europa-América, col. “Saber”, n.º 51, trad. Carlos Montenegro Miguel, 176 pp. O livro que vos trago hoje é a primeira edição em língua portuguesa de uma importante obra da historiografia europeia,  As cidades da Idade Média:  Ensaio de história económica e social  de Henri Pirenne. Ostentando na capa uma fotografia aérea da cidade occitana de Carcassonne, este livro foi impresso em 1962, com tradução de Carlos Montenegro Miguel, a partir do original em língua francesa. Editada pelas Publicações Europa-América, dentro da sua coleção Saber, n.º 51, a obra conheceu sucessivas reedições. Historiador belga, Henri Pirenne (1862-1935) foi professor da Universidade de Gante, dedicando-se à história económica e social e sendo um dos pioneiros da história das mentalidades. As suas obras principais –  Maomé e Carlos Magno  e  As cidades da Idade Média  – deram origem a uma enorme polémica n

Lutz Koch, Rommel, 1949

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Koch, Lutz [1949].  Rommel . Lisboa: Editorial Asper, 5.ª ed., s/d. Col. “Grandes Biografias”, trad. Dídia Marques, 257 pp. Militar de carreira, o meu pai acalentava uma especial admiração por alguns chefes militares. Um deles era, indubitavelmente, o Generalfeldmarschall Erwin Rommel (1891-1944), também conhecido como “Raposa do Deserto”, pelo seu papel no comando da força expedicionária alemã no Norte de África, Afrika Korps. O livro que hoje vos trago pertencia ao meu pai e é uma biografia do marechal-general de campo Rommel, escrita por Lutz Koch e publicada, em Portugal, pela Editorial Aster, com tradução de Dídia Marques. Trata-se da 5.ª edição deste livro, mas que não está datada. Afrika Korps vs 8.º Exército ou Rommel vs Montgomery Desde criança que me lembro de ver este livro numa estante lá de casa. Mas nunca me despertou especial interesse: não tinha imagens e parecia-me demasiado massudo... No entanto, Rommel e o Afrika Kops – assim como Montgomery e o 8.º Exército – fazia