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Atlas Universal Aguilar, 1954

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Olá, caríssimo(a) leitor(a) que me acompanha nas deambulações que faço sobre uns antigos livros, cheios de mapas, a que chamamos  atlas ! E hoje, pela primeira vez, vamos falar de um atlas espanhol. Trata-se do Atlas Universal Aguilar , publicado em 1954, pela editora Aguilar, S.A. de Ediciones, de Madrid. Da autoria de José Aguilar, Elisa García Aráez e Antonio Villarroya, o seu lançamento foi considerado um verdadeiro acontecimento cartográfico no país vizinho, porque se tratou do primeiro atlas espanhol moderno. O exemplar de que hoje lhe trago, e cuja capa pode ver acima, já o tenho em minha casa há muitos anos. Comprei-o nos inícios da década de 1990, num mercado de livros usados em Salamanca, em plena Plaza Mayor. Não me recordo quanto me custou na época, mas, é claro, ainda paguei em pesetas. Pelos vistos, em Espanha, antes da publicação do Atlas Universal Aguilar  havia apenas um grande atlas, o Atlas Geográfico Universal , de Juan Vilanova y Piera (1821-1893), publicado em Mad

Stielers Handatlas, 1906

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Hoje trago-lhe aquele que é considerado o melhor atlas alemão – e, talvez, mundial – das últimas três décadas do século XIX e da primeira metade do século XX. Trata-se do Stielers Handatlas , de seu nome oficial: Hand-Atlas über alle Theile der Erde und über das Weltgebäude (em português será qualquer coisa como "Atlas prático de todas as partes do mundo e do universo"), da autoria de  Adolf Stieler (1775-1836) . Publicado pela primeira vez em 1816, o atlas contou com dez edições, até 1945, cada uma com melhorias e atualizações. Mapa-múndi, projeção de Mercator (carta n.º 4), Stielers Handatlas , 9.ª ed., 2.ª impressão corrigida, 1906. Foi concebido numa época em que a cartografia alemã se impôs em todo o mundo como a mais inovadora e rigorosa. Mas nem sempre foi assim. Vamos recuar uns séculos... A Idade de Ouro Neerlandesa Como sabemos, as grandes navegações – nas quais Portugal desempenhou um papel pioneiro – desencadearam um desenvolvimento sem paralelo no domínio da car

Atlante delle regioni d'Italia, 1951

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Não sei se o(a) prezado(a) leitor(a) tem conhecimento, mas, para além de Portugal, há um outro país europeu onde o dia 25 de abril também é feriado nacional. É a Itália. O feriado chama-se  Festa della Liberazione  e remete-nos para 1945, quando, ao mesmo tempo que os exércitos aliados avançavam, a resistência italiana organizou um levantamento popular generalizado nos territórios ainda ocupados, levando à libertação completa do país do jugo da Alemanha nazi e dos resquícios do regime fascista italiano. O Plano Marshall No final da Segunda Guerra Mundial, a Itália estava devastada, com meio milhão de mortos e as suas infraestruturas destruídas. Mas isto, é claro, não se limitou à Itália. A ruína dos países europeus beligerantes era generalizada. Tal levou o governo dos Estados Unidos a lançar um ambicioso plano de ajuda económica. Oficialmente designado como Programa de Recuperação Europeia – ERP, na sigla em inglês –, a iniciativa ficou mais conhecida como  Plano Marshall , pelo nome

João Soares, Novo Atlas Escolar Português, 1925

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Hoje trago-lhe, pela primeira vez, um atlas português. Chama-se  Novo atlas escolar português  e é da autoria de João Soares (1878-1970), pai de Mário Soares (1924-2017) que, entre outros cargos importantes, foi presidente da República Portuguesa entre 1986 e 1996. O  Novo atlas escolar português  foi um caso raro de sucesso editorial em Portugal. Foi publicado pela primeira vez em 1925 (imagem acima) e contou com onze edições consecutivas – entre as décadas de 20 e 70 do século XX –, marcando sucessivas gerações de estudantes portugueses. Numa época em que o conhecimento da geografia de Portugal e das colónias era considerado da maior importância na formação dos futuros quadros do país, os atlas escolares afirmavam-se como um importante complemento aos manuais regulares das diversas disciplinas, especialmente da geografia, da história e da economia. Há que ter em atenção que, à época, quem estudava no liceu (equivalente aos atuais 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário) era ap